sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sonhos...

sonho
so.nho
sm (lat somniu) 1 Representação em nossa mente de alguma coisa ou fato, enquanto dormimos. 2 Coisa imaginada, mas sem existência real no mundo dos sentidos. 3 Coisa ou pessoa vista ou imaginada durante o sono. 4 Imaginação sem fundamento, seqüência de idéias vãs e incoerentes, às quais o espírito se entrega; devaneio, fantasia, ilusão, utopia. 5 Ficções comparáveis a um sonho e a que muitas pessoas se entregam mesmo acordadas. 6 Coisa vã, fútil, transitória, sem consistência, sem alcance, sem duração. 7 Coisa vaporosa e inconsistente; visão. 8 Recordação de coisa efêmera e que pouca impressão deixou na alma. 9 Idéia com a qual nos orgulhamos; idéia que alimentamos; pensamento dominante que seguimos com interesse ou paixão. 10 Pequeno bolo esférico, muito fofo, de farinha e ovos, frito em azeite ou em banha de porco. S.-de-ouro, Bot: arbusto rubiáceo ornamental (Psychotria gardneriana). Sonhos de ouro: o mesmo que sonhos dourados. Sonhos dourados: esperanças de felicidade. Passar como um sonho: desvanecer-se depressa. Ser o sonho dourado: ser a mais doce ambição, a maior aspiração.

"SONHOS VEM, SONHOS VÃO, O RESTO É IMPERFEITO..." (Renato Russo)

M.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Fraternidade da Lua

POESIA NOSSA

Lembranças nos cercam, flutuam...
“Passa a bola! Passa a bola!”
Veloz e intenso
E o sol sempre arde
A lua embriagadora
E os contos, e as musas, acordam...
Uh! Uh! Ah!

(Fraternidade da lua)

A FRATERNIDADE DA LUA

Sentamos à sombra da frondosa árvore.
Inconsoláveis, cantamos as velhas canções.
As proscritas palavras recitamos mais uma vez.
As vozes não eram claras. – Mas a vontade era.

E a lua acompanhava nossos movimentos ocultos.
Nossos segredos seriam esquecidos dentro do círculo.
Esta era a promessa selada com sangue.
E cada um colocou dentro do ventre seus mistérios.

Pela manhã nós amamos mais fortemente.
Por onde andássemos o círculo nos acompanhava.
Éramos a fraternidade da lua...
E nem o sol desmancharia hedionda conspiração.


(Mário Rasec)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Da clausura do fora ao fora da clausura



Nunca uma clausura voluntária foi tão saborosa. Dias e noites a fio, desejo o calor das paredes que me aprisionam e que me sustentam em uma rede em que me balanço tão alto e tão suavemente.
Vôo dentro de meu cárcere. E durmo quando quero.
Não há cadeados fechados e ainda assim uma chave repousa bem à minha frente.
Uma música toca, quando eu quero, e quando não quero ouço o barulho do vento batendo nas árvores e carregando folhas que caem secas no chão.
Se isso é tédio, me parece bem interessante por esses dias...
Esperar por um vento que sopre e me faça sorrir... a rede balançando pra lá e pra cá...
No momento nenhuma música toca, só o vento e o sorriso em mim...
(Sinto vontade de cheiros)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

The Wall

EMPTY SPACES

What shall we use to fill the empty?
Spaces where we used to talk
How shall I fill the final places?
How shall I complete the wall?

(Roger Waters)

P.s. O fim de semana terminou em grande estilo...
;)

M.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Horizontes

infinito
Quantos horizontes cabem em mim...


Quantos horizontes cabem em mim?



Quantos horizontes cabem em mim!



Quantos horizontes cabem em mim.



horizonte

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Princesal

Começo a escrever mesmo sem saber se preciso de um destinatário.
De qualquer modo, sei que escrevo porque escrever, para mim, sempre foi uma maneira de esvaziar, e hoje acordei cheia...
De lembranças, de cheiros, de músicas que tocavam tão fortemente em mim e que hoje são pequenas melodias que tocam longe...
As paredes da escola pareciam tão grandes, tão cinza e bege e cor de telha. Mas de um cinza e bege tão vivos!
Todos os rostos que nos cercavam diariamente me visitaram durante essa noite. Um desfile de rostos que me abraçavam.
De repente eu era a princesa vestida de colegial.
E lembro como todas as pequenas coisas eram tão grandes e eu me sentia tão pequena e insegura.
Agora, parece que enxergo do alto, de longe, e as cores parecem perder a nitidez.
Mas ainda lembro com a mesma violência de como era sentir por dentro o sentir de uma princesa, que não nasceu princesa, mas que foi coroada...
O sorriso nos rostos e as mãos geladas. Uma ciranda. Todas as cores e sons e melodias girando junto comigo. Mão na mão.
De repente, parece que eu fugia, mas na verdade não era uma fuga, eu brincava que fugia, para brincar de ser pega. E era, de verdade.
Tinha um dragão no meu castelo de princesa, que era a diretora da escola.
Tinha escadas e também uma masmorra.
E uma árvore frondosa na qual eu me escondia quando queria ser encontrada, sempre no final da tarde.
Dessa árvore caíam sementes. Eram grandes. E um dia eu ganhei uma. E guardei. Não plantei em lugar nenhum. Porque era minha. E já tinha sido plantada. E já tinha brotado.
A semente era eu.

“Qual foi a semente que você plantou? Tudo acontece ao mesmo tempo nem eu mesmo sei direito o que está acontecendo e daí de hoje em diante todo dia vai ser o dia mais importante” (Renato Russo)

princesal

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Amanhecer...

Me abandonei de mim quando eu era uma torre de lembranças de um passado sempre presente. Tentei me abandonar. Mas a minha memória transformada em cárcere mantinha-me como única prisioneira em uma sela sempre tão iluminada. As imagens tão nítidas. As cores do que nunca aconteceu...toulouse-lautrec_bed
“Assim fostes a outra metade do amanhecer que não alcanço jamais” (Sílvio Rodrigues)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

cAoS

caos

Bem vindo ao caos.
Vida real.
Sinal verde
Amarelo
Vermelho.
Sangue ou catchup.
Perfume para despistar o odor da carne.
Suor misturado à essência francesa.
Música tocando, propagandas estampadas pela paredes da cidade.
Tanta informação...
“É hoje, você não pode perder!!!”
Compre, compre, compre...
Palavras de ordem
PARE
OLHE
ESCUTE
Cacofonia de sentidos
(quais?)
Não sentir: eis a busca!
Vitrines e canais, o zapping preenchendo os vazios...
Vazio preenchendo vazio
No meio de tudo isso uma árvore, ainda verde, ainda vive.
Os vidros fechados: todos.
Sufocamo-nos em “ar-condicionado”
Não sentir
O vento
O calor
A fumaça
O cheiro das folhas cortadas.
Plásticos voam pelas ruas.
Meninos e meninas voam pelas ruas.
Rostos, rostos, rostos.
Sorrisos metalizados.
Rostos de plástico, sorrisos de plástico, sexo de plástico.
Seja bem vindo... entre e fique à vontade...

M.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Céu baunilha quase cinza

vanilla skyComo foi difícil para ela sufocar aquele grito.
Pela janela do ônibus via o céu baunilha se confundir com o preto dos fios cortantes, motivo de tanta alegria para os habitantes daquelas cidades por onde passava, cuja maior alegria é a novela das oito.
Um grito sufocado e um pedaço de carne rasgado. Carne arrancada por ela mesma.
Arrancar uma parte de si não fora o mais difícil, pior mesmo era se conformar com uma única existência – tantos horizontes. O céu ficando cinza e ela buscando ainda uma calmaria que sabia não existir.
Existia um sorriso, mas ela o arrancou de si.
E agora a estrada...
Não sabia para onde estava indo.
Não queria ir a lugar algum. Querias apenas o silêncio. Mas os tambores ainda tocavam.
Sob o céu baunilha quase cinza ela resolveu deixar-se ir.
Outro lugar não poderia ser pior do que aqui.
E foi.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Andança...

[caption id="attachment_260" align="aligncenter" width="510" caption="Por onde for quero ser seu par..."]Por onde for quero ser seu par...[/caption]
Vim tanta areia andei
Da lua cheia eu sei, uma saudade imensa
Vagando em verso eu vim vestido de cetim
Na mão direita rosas vou levar

Olha a lua mansa se derramar (amor)
Ao luar descansa meu caminhar...(amor)
Meu olhar em festa se fez feliz (me leva amor)
Lembrando a seresta que um dia eu fiz (por onde for quero ser seu par)

Já me fiz a guerra por não saber (me leva amor)
Que esta terra encerra meu bem-querer...(amor)
E jamais termina meu caminhar ...(me leva amor)
Só o amor me ensina onde vou chegar (por onde for quero ser seu par)

Rodei de roda andei, dança da moda eu sei
Cansei de ser sozinha
Verso encantado usei, meu namorado é rei
Nas lendas do caminho Onde andei

No passo da estrada...(me leva amor)
Só faço andar
Tenho a minha amada
A me acompanhar..(amor)
Vim de longe léguas
Cantando eu vim...(me leva amor)
Vou não faço tréguas
Sou mesmo assim
(por onde for quero ser seu par)

Já me fiz a guerra...(me leva amor)
Por não saber
Que esta terra encerra...(amor)
Meu bem-querer
E jamais termina
Meu caminhar...(me leva amor)
Só o amor me ensina
Onde vou chegar
(por onde for quero ser par)

(Composição:DaniloCaymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós)

Aprendendo a tocar essa no pandeiro!

;)

sábado, 12 de setembro de 2009

As coisas que ficam...

[caption id="attachment_254" align="aligncenter" width="425" caption="Lucas e Maisy - óleo sobre tela"]Lucas e Maisy - óleo sobre tela[/caption]
Dia 5 de setembro foi a celebração de mais um ano de vida...
30 anos...
Quando eu era criança, lembro nitidamente, ficava imaginando como eu estaria quando chegasse aos 20. Parecia tão longe que eu nem imaginava os 30.
Nem imaginava como é bom...
De tudo o melhor é a serenidade que vem chegando de fininho... O mar calmo...

Três décadas de existência... Algumas lembranças que vão ficar para sempre...

Primeira década (0 aos 10):

-Brincar de mãe e filha com minha irmã mais velha;
-Ver meu pai nas férias;
-Meus amigos na calçada;
-Comer banana amassada com toddy e açúcar assistindo Changemans e Thundercats;
-Minha mãe cantando "Rádio blá" do Lobão, pra a gente;
-Meu avô marcando os bilhetes da loteria (ainda lembro os números);
-Lamber a panela ainda suja com massa do bolo preparado por minha vó;
-Brincar de pular elástico na calçada com Paula Rutemere, Haideê, Katiane e minha irmã;
-Dormir na cama com mamãe...
[caption id="attachment_242" align="alignleft" width="392" caption="Esquadrão relâmpago: Changeman!"]Esquadrão relâmpago: Changeman![/caption]
[caption id="attachment_243" align="aligncenter" width="378" caption="Thunder, thunder, thunder! Thundercats! Ôôôôô!!!"]Thunder, thunder, thunder! Thundercats! Ôôôôô!!![/caption]

Segunda década (11 aos 20):

-Meu primeiro beijo;
-Pegar ônibus sozinha (ou com os amigos, e ficar sentada no motor com uma turma, fazendo aquela bagunça!!) pela primeira vez;
-Meu irmão(zinho/zão);
-Militância no movimento estudantil- UMES;
-Primeiro amor;
-Amigos INESQUECÍVEIS: Fá, Lá, Jó, Carli,Meg...
-Jogar RPG no Natal Shopping;
-Rua Chile, Bimbos;
-Bolar de rir com FRIENDS;
-Minha filha...
gravida_fisio

Terceira década (21 aos 30)

-Salvador - ENEPE;
-Meu grande amor (meu poeta);
-Vinho na praia, poesia;
-Pintar uma tela a dois;
-DEART;
-Mais amigos... Jeff, Paty, Glí, Mau, Rô, Fifi, Vamp (que já era de outras vidas...)
-São Luiz-MA - ENEARTE
-Mesa de frutas;
-Luna e Billy
-Artaud;
-Meu sobrinho (Ben 10!!);
-Para acabar com o juízo dos corpos;
-Tocar pandeiro;
-Açaí no fim da tarde...
-Amor na trilha, falésias, pôr do sol...
-Páginas e mais páginas em branco...

M.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ARTAUD!

antonin-artaudOlhar grave.
A urgência de vida.
A vida que tentaram lhe roubar.
Ele não deixou.
Criava a vida, sempre.
Um poeta (de olhos graves) cujos versos se escreveram com a carne.
Carne diluída. Corpo dilacerado. Mas vivo. Intensivo.
Corpo sem Órgãos. A superação de si.
A liberdade encontrada para além dos limites e fronteiras.
artaud-744397
Hoje, dia 04 de setembro de 2009, hoje fazem exatamente 113 anos que este "Anjo terrível" passou a existir. E desde então, tornou-se imortal.
70204_man_ray_antonin_artaud
A crueldade transformada em vida.
Possuir a vida.

Quem sou eu?
De onde venho?
Sou Antonin Artaud
e basta que eu o diga
Como só eu o sei dizer
e imediatamente
hão de ver meu corpo
atual,
voar em pedaços
e se juntar
sob dez mil aspectos
diversos.
Um novo corpo
no qual nunca mais
poderão esquecer.

Eu, Antonin Artaud, sou meu filho,
meu pai,
minha mãe,
e eu mesmo.
Eu represento Antonin Artaud!
Estou sempre morto.

Mas um vivo morto,
Um morto vivo.
Sou um morto
Sempre vivo.
A tragédia em cena já não me basta.
Quero transportá-la para minha vida.

Eu represento totalmente a minha vida.

Onde as pessoas procuram criar obras
de arte, eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.

Eu, o senhor Antonin Artaud,
nascido em Marseille
no dia 4 de setembro de 1896,
eu sou Satã e eu sou Deus,
e pouco me importa a Virgem Maria.


ANTONIN ARTAUD (4 de setembro de 1896 - 4 de março de 1948)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

UNS VERSOS

klimtSou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo

(Adriana Calcanhoto)


Hoje o dia (e a tarde, e a noite) foi essa canção tocando em mim...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O que não tem juízo...

maos-dadas
Me consome por inteira...
e eu que não sei mais como é acordar sem esse corpo ao meu lado
que não imagino dormir sem esse sorriso
que não quero o meu domingo sem o todo o tédio do mundo pra dividir com você...
Porque desejo o que você deseja banhado a vinho e poesia
seu violão e minha voz
nós
nossa melodia
invadindo
pela pele...
cortejando minha alegria
dia após dia...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

O poeta malabarista

MALABARISMO

O poeta malabarista
Brinca com as palavras
Espalha versos pela estrada
Cai alguns pela calçada...
Jogando as letras pra cima
Sem sentir faz uma rima

Brincando ele faz poesia
Banha de vinho meu dia
Esquenta o frio da noite
Sem cobertor, só de alegria...

Andando na corda bamba,
Amando como quem samba,
Sambando como quem ama...

M.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Viajando...

- Mãe, são quantas horas de viagem?
- Depende, filha...
- Mas que horas a gente vai chegar?
- Lá pras quatro ou cinco da tarde... por que?
- Nada... só pra saber mesmo...
- Curta a viagem, a chegada é o fim... Aproveite!

Viajar é o não lugar de si. A movência. Antes de ser a possibilidade de conhecer novos lugares, novas pessoas, novas culturas... O novo é já algo estabelecido... A melhor viagem é a que não se estabelece, é o movimento, o vento, os olhos descobrindo outros sabores a cada segundo... a necessidade de chegar a um lugar é conseqüência de quê? Do adeus ao nomadismo? E quando o nômade habita ainda dentro de si, e divaga por todas as partes migrantes do eu? Como cabe todo o céu dentro do meu olho? Como habitam tantos eus dentro de mim? (e carrego todos para onde quer que eu vá...)
Na estrada... a paisagem é a viagem...
Que brinca de fazer rima do vento com o tempo...
Que brinca de fazer melodia, em plena luz do dia, faz transbordar de alegria...
estrada

M.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

I'll Be There For You

friends
Faz algum tempo que eu parei de assistir televisão, me refiro aos canais abertos, tipo Globo, SBT, Record, etc... Não foi por ideologia, por posicionamento político, nenhuma bandeira... simplesmente não tinha nada de interessante passando na TV. Um monte de novelas onde as pessoas acordam em vidas de plástico, um monte de reality show mostrando a vida de pessoas que eu não conheço, um monte de desgraça nos telejornais... Na boa, digam o que quiserem dizer, mas eu não sinto a menor falta dessas coisas aí...
Na minha casa tem até uma TV, conectada a um aparelho de DVD onde eu coloco uns filmes e outras coisas a depender do meu humor...
Em dias de TPM nada melhor que assistir todas as temporadas possíveis de FRIENDS!
Certa vez um amigo me disse que FRIENDS era melhor que Prozac... Hehehe... de fato, é o meu antidepressivo.
Esses dias tem sido tão nublados, que a cidade parece ainda mais insuportável... A vontade de fugir daqui de uma vez por todas aumenta absurdamente a cada dia!
Não lembro muito bem, mas acho que li no blog de um amigo que quando a gente bate de frente com a morte, ao contrário do que dizem, a vida da gente não passa toda diante de nós como um trailler de um filme... Aconteceu comigo e na hora mesmo eu não pensei em absolutamente nada... Me parecia que não era eu ali, que aquilo não estava acontecendo, parecia que eu assistia de fora toda a cena, tão nitidamente que parecia uma cena de novela conectada pela rede Globo.
Tentei ser turista nessa cidade durante esse fim de semana, pra ver se realmente ela é tão insuportável ou se é pura implicância minha. Conclusão: Essa cidade é realmente insuportável!!!
Preciso ir embora daqui...
Sonhei a noite toda com um episódio inédito de FRIENDS!!! Amo meu insonsciente...
Incrível como as pessoas especiais em minha vida estão sempre partindo...
É verdade mesmo que a dor de quem fica é maior do que a de quem parte? Acho que li isso em algum lugar...

Estou com a 1ª e a 2ª temporada completa de FRIENDS aqui, de qualquer modo, ainda tem uns episódios inéditos na minha cabeça...

Sinto uma saudade constante de pessoas que não estão por perto...

Nesses dias cinzas gosto de ouvir SMASHING PUMPKINS ...
Grita dentro de mim, não me diz nada, não me remete a nada, deve ser isso, o nada...
mellon
"And I'll do anything to keep her here tonite
And I'll say anything to make her feel alright
And I'll be anything to keep her here tonite
Cause I want you to stay, with me
I need you tonite"


M.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Frio e Fogo...

São João... Fogueira nas ruas, olhos ardendo de fumaça, coração transbordando... Cheiro de milho assado, de pipoca... Barulho de fogos, ritmo movente...

Nunca senti tanto frio assim... Parecia que o frio era uma lâmina que rasgava a roupa da gente e perfurava a nossa pele congelando até o osso.

Bom mesmo é aquecer no pé da fogueira...

Fogueira

Um versinho que nasceu entre o frio e o fogo...

Querer a tranqüilidade de teu mar revolto...
A calmaria de dois segundos que cabe entre uma onda e outra...
Querer a tempestade de teu beijo...
...Que cai como uma brisa suave... entre relâmpagos e trovões.
Querer perder-me no labirinto de seu olhar, e lá, quem sabe, me encontrar...
Ou encontrar melodia entre os dedos de tuas mãos...
No ritmo de teus passos... no silêncio de teus abraços...

M.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ela = Eu

dançandoComo fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos Bandolins...

E como não?
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim...

Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim
Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins...

Como fosse um lar
Seu corpo a valsa triste
Iluminava e a noite
Caminhava assim
E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam a fada
Do meu botequim...

Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim
Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos Bandolins...

(Oswaldo Montenegro)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Retrovisor...

retrovisorQuando estava aprendendo a dirigir o que achei mais difícil foi ver a vida andando para trás...
Eu pensei que nunca ia conseguir me orientar olhando as coisas que estavam vindo atrás de mim ou ainda olhando as que já tinham passado...
Olhar pelo espelho num sentido inverso... eu me atrapalhava toda... nem olhava...
Não sei como não saia batendo por aí, acho que tinha sorte de que os outros já tinham a prática.
Hoje, consigo entender a lógica do retrovisor... ver por todos os lados... espelhos espalhados espelhando vários sentidos de uma mesma estrada...

(Parece que a gente acaba se acostumando com tudo... Quem sabe um dia eu me acostume a voar e saia por aí olhando tudo do alto...)

A saudade rasga a gente por dentro... Reflete em todos os espelhos, pedaços rasgados de carne sufocada...

M.

sábado, 13 de junho de 2009

Passado...

Se eu ainda sinto doer é porque não passou...saudade

Metade de mim é saudade...
... a outra metade é melodia...
Eu vou casar com a saudade
Numa madrugada fria
Na saúde e na doença
Na tristeza e na alegria

(Lira)

sábado, 6 de junho de 2009

D E S A P R E N D A ! (Estamos condicionados)

gaiolaEstou farta de tanto condicionamento, tanto ar-condicionado!!! Me deixem sentir o calor do sol e o suor escorrendo pela minha pele...
Quero desaprender os automatismos ensinados pelas escolas... quero desaprender a matemática lógica, o impossível grita para além do racional.
Desaprender a andar, quero voar... Não aprender nada mais, só experimentar!
Quero desaprender a usar os verbos, fazer novas palavras com letras que não conheço... Não acredito que tudo está mapeado. Caminhos estriados, quero outros... O espaço liso, oceano... mar... navegar...
Não mais "a prender" nada...
Passos indo nas direções contrárias, em caminhos ainda não percorridos...
Quero o calor e o suor, quero a chuva e trovões...
Chega do enclausuramento constante que sofremos por nós mesmos... em nós... (Desatem os nós)

Tela em branco, pincéis e tintas espalhadas pelo chão... pintar com todo o corpo, não apenas com a mão...
Desaprendendo a viver... vivendo!

Soltem as borboletas, abram as gaiolas, tirem as coleiras dos cachorros... Já que não sabemos ser livres, que possamos devolver a liberdade de quem sabe.
borboletas

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Desfazer-se (ou Em pedaços...)

Incrível essa capacidade de meu corpo desfazer-se e refazer-se de tempos em tempos...
Os pedaços estilhaçados de meu eu se encontram pelas ruas... pelos cantos... canto de boca, meu canto... Meu canto canta canções que me transportam pra cada canto dentro e fora de mim...
A lembrança do gosto de vinho na boca, a garrafa quebrada... o vinho em pedaços, nos cacos da calçada...
Em cada caco uma lembrança, um sorriso, um pranto, um palpitar de mãos geladas e trêmulas...
Os rostos que me olham nas ruas diariamente (dezenas) e que não me vêem... Não vêem mais nada.
Só pedaços, de corpo, de mim, do que mostro.Dali

Quando a gente voa
Distante e só
Tão distante e só
O sol não vem
E a luz que cai
Nunca mais voltou

(Lira)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Fim do Mundo (real)

buracoOutro dia sonhei que estava numa festa, com uns amigos... e de repente o mundo ia se acabar...
Aquela confusão na rua... pessoas correndo... era quase noite. O trânsito um caos... Eu via de longe... um clarão. Era por onde acabava o mundo. As pessoas todas fugiam dele. Era um portal, que dava acesso ao mundo virtual. E o portal vinha avançando... E todos correndo... Aí eu entrava no carro, com uns amigos. Começava a dirigir, bem veloz, fugindo do portal... eu via pelo retrovisor ele avançando atrás de mim... devastando tudo. Quando ele tocava nas coisas elas deixavam de existir no mundo real... aí só existiam no virtual...
(Quando eu era criança, o meu maior medo era o fim do mundo, ficava pensando naquela agonia e sensação de perder tudo, tudo que existe. Eu pensava que o mundo ia se acabar com um buraco se abrindo no chão...)
Ai, quando eu olhava pelo retrovisor, vi ele avançando cada vez mais veloz, atrás de mim... Eu pegava uma rua, os carros vindo na contramão. Adrenalina. Olhei mais uma vez, o portal atrás de mim, à frente os carros na minha direção... foi aí que eu descobri, que os carros em minha direção eram um holograma, que o portal havia se transformado... ele me capturou... eu sentia a sensação de meu corpo todo se desfragmentar... como um choque, pequenos choques, elétrico. Meu corpo se transformando em bytes... Acordei nessa hora.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Chuva de estrelas (ou Tempestade)

EstrelaChove dentro de mim
Uma chuva de estrelas.
Cada estrela, um sol.
Minha pele queima.
Por cada poro escorre uma gota
de sonho....
Tempestade!

M.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nostalgia...

Acordei pura nostalgia...
Cheiro de biscoito e Fanta Uva. Festa de São João...
Ah... esse meu inconsciente!

O que é pior?
As respostas que nunca teremos
ou
As perguntas que nunca faremos?

M.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Entre a loucura e a lucidez...

LoucuraVontade de voar... De dormir e não sonhar... Até que é bom sonhar... mas são tantos... tenho acordado cansada, e nem dá mais pra sonhar quando eu acordo...
Vontade de uma rede...

Coisas que me fazem sorrir:
Um cachorro passando pela rua, rabo balançando, língua de fora...
Uma música que toca e traz a voz de Lira ( e seu riso)...
A risada de minha filha...

(Sono...)

A loucura da correria de quem não sabe voar, de quem não ousa...

O caos da lucidez e a ordem dos insanos...

(Sonho...)

M.

domingo, 3 de maio de 2009

Rizoma-Mangue... Movente...

rizomaUm rosto na multidão...

Uma anônima de carne (que deseja, que dança, que canta, que pulsa...)

Um corpo que sabe voar, que acredita no invisível, que diz o indizível e que busca viver o impossível.

Pinto coisas que nunca vi, uso as cores para desenhar poesias...

Acredito que a verdade é relativa... Acredito que as coisas que acredito agora posso não mais acreditar depois.


Rizoma – Mangue

Flutuante, sempre. Movente...

Aquele cheiro som imagem do teu corpo incendeia
E um rio carregado de saudade vem correr na minha veia
Na veia amor, na veia.
É como a luz da lua que atravessa a parede da cadeia
Clareia mais forte que o sol.

(Lira)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um quebra-cabeça

puzzleEsses dias resolvi organizar um pouco da minha bagunça (contradizendo tudo o que falam sobre os virginianos, organização não é o meu forte!) e comecei pelas centenas de fotos que eu tenho... Comprei dois álbuns e tentei organizar por ordem cronológica... Revisitei os melhores momentos de minha vida... Revi pessoas que há tanto não vejo, e outras que não verei nunca mais... Senti no ar o cheiro das coisas que se vão e na boca o gosto das coisas que ficam...
Nesse reorganizar a minha história senti falta de algumas fotos... Era como se eu estivesse montando o quebra-cabeça da minha vida, mas estavam faltando algumas peças... O que tornou ainda mais difícil a minha empreitada... Mas algumas peças estão lá, e apesar dos espaços vazios, eles dizem muito mais do que qualquer outra coisa, consegui organizar minha história cronologicamente em tempos analógicos... Sim, porque as fotos digitais não estão nos álbuns (ainda...) No meu próximo acesso de organização eu revelo as digitais e reorganizo, mais uma vez esse quebra-cabeça com as peças novas, e com as que ainda vão chegar...

P.s. Como é que ficou "quebra-cabeça" com essa história de Nova Ortografia? Pra quê mesmo isso? Ainda não entendi... Os motivos ainda não me parecem suficientes para que eu tenha que (do alto dos meus mais de vinte e poucos anos) tenha que, obrigatoriamente, esquecer tudo que aprendi para aprender tudo de novo!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sobre apaixornar-se...

apaixonar-seNão apaixonar-se é a dor de não sentir dor.
A paixão é o lugar dos sabores, cítricos, doce, amargo...
Não sentir esses sabores é... não sentir.
Não sentir os dedos dos pés, inquietos, ansiosos, pela incerteza do porvir e pela certeza da finitude.
Não sentir os dedos do outro tocando, ao acaso, o seu cotovelo, e você nem lembrava que tinha cotovelo... até sentir o toque dos dedos do outro...
Não apaixonar-se é não sentir o seu cotovelo. É não sentir os dedos dos pés. É não sentir o gosto cítrico, doce, amargo...
Não sentir, para mim, é não existir...
Paixão, para mim, é pele. E sou toda pele...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

...e Ponto Final!

maeQuantos pontos finais cabem em um dia? Em uma vida toda? Quantos?
Certa vez conheci um. Ponto final. Sério. Mas sério só de longe, porque de dentro ele era engraçado. Não muito. Mas era doce. Só que o ponto final virou reticências... Essas coisas que parecem inacabadas e não precisam ser de outro jeito porque se não é um ponto final pode ser uma vírgula ou interrogação ou exclamação ou... Reticências mesmo... Agora Reticências eu já conheci algumas... São leves... e brancas. Um branco não muito alvo, mais pra o cinza mesmo. Mas um cinza leve, um cinza de um dia amanhecendo um pouco nublado. Tá, também conheço algumas interrogações e vírgulas, não são as minhas preferidas... Agora tem uma exclamação que eu conheço... vou te contar... vale a pena conhecer... porque é ímpar! Uma coisa de impor de um jeito que é impossível não gostar (nem que seja um pouquinho) de ceder... e olha que ceder nos dias de hoje é algo raríssimo... Ninguém consegue sequer ceder a vez numa fila de banco, imagine qualquer outra coisa... Vi um filme esses dias (Marley e eu, valeu mana!) e fiquei pensando sobre o fato de alguém abrir mão de sua vida profissional em virtude de ser mãe. Deixar a correria de estar numa vida que não é a sua (na maioria dos casos), para viver uma outra correria, com seus filhos e sua casa... não sei se eu mesma, a esta altura do campeonato, possa refazer o percurso e tomar outro caminho que me conduzisse a estes fins (que são outros)... Engraçado como eu estranho essa mudança... Pouco tempo atrás o que mais se esperava de uma mulher senão que ela pudesse ser uma mãe presente, uma dona de casa exemplar, etc, etc, etc... Mas quem cuida da minha casa hoje? E como? Quem cria meus filhos? Muitas mudanças e em tão pouco tempo... Minha avó era do tempo da: casa, filhos e marido. Minha mãe era do tempo: trabalho, casa, filhos e ex-marido. Parece-me que eu sou do tempo: trabalho, filhos, estudo e namorido... Quantos pontos finais cabem na nossa vida inteira?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Amar!

florbelaEu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Semana o quê? Santa? Santa Paciência...

Pleno feriado de semana santa (algo que eu acho realmente um abuso, decretar um feriado por uma crença que nem faz parte da vida da pessoa, alguns adoram ter o fato de um feriado, no caso um feriadão, eu mesmo nem gosto muito de feriados, já me basta o sábado e o domingo...)
Aquela quase-dor-de-cabeça resultado de um cochilo no meio da tarde...
Assisti 'Mamma Mia!', Meryl Streep, realmente está fabulosa... O filme nem tem um roteiro muito bom e eu nem sou fã do ABBA nem nada mas a energia da Maryl está contagiante mesmo... Acho que foi o melhor filme com ela que eu já vi (mas na verdade lembro de pouquíssimos filmes com ela). Bom mesmo é ver qualquer filme que seja na melhor companhia de todas: Minha filhota!

Terminou o filme e aquela sensação de fim de dia com a quase-dor-de-cabeça insistindo e um pouco de insônia e vontade de fazer qualquer coisa que não se sabe bem o quê. (A filhota adormeceu. Acho que nem viu o filme todo).
Internet – a companheira das madrugadas solitárias... o problema é: eu não sei o que fazer com isso. Até comentei com um amigo:

- Entro na net, olho o orkut, olho o blog, olho o e-mail e pronto. Acaba o que fazer... não sei o que fazer na net... saco isso! Até entro no msn às vezes, mas num tenho muito saco pra bate papo, prefiro ao vivo mesmo, ficar falando pela net é um saco, olhando pras teclas separadas, divididas, uma letra em cada botão... aff! Prefiro as letras juntas saindo junto com o movimento que embala cada som, cada palavra com cada expressão!

Resolvi, do alto da minha insônia (que já está se esgotando), apagar do meu orkut aquelas pessoas que eu nem sei quem é direito, que nem falam comigo por orkut ou pior, passam por mim na rua e nem cumprimentam! Mas é esquisito... apagar uma pessoa assim, da sua “lista de amigos” que diga-se de passagem conta hoje com mais de 500 pessoas... Mas não é que minha paciência se esgota? Louvada seja a internet discada (a minha), daqui que eu veja de um por um esses mais de 500 “amigos”... De-sis-to!

Vou é dormir... (Deve ser TPM!)

M.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Lembranças de um lobisomem juvenil...

Se o mundo é mesmo parecido com que vejo
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito
E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?

(Renato Russo)nuvens01

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Borboletas na estrada

Dia desses eu vi uma borboleta ser atropelada no meio da estrada... como é que pode?
Já não bastava ver inúmeros gatos e cachorros esfacelados pelas ruas... Tamanho desrespeito. Onde é que o homem (esse animal que se acha racional) viu que tinha o direito de passar por cima de outros seres com suas máquinas potentes? (máquinas-próteses). Na verdade o homem quando está munido de qualquer outra máquina (que ele a tem como uma muleta) acredita que pode fazer qualquer coisa contra qualquer ser, seja ele um ser humano ou não. Fico triste pela borboleta, pelo gato e pelo cachorro. Mas também fico triste pelo homem que entra sem sentir em uma engrenagem gigante, tornando-se uma peça, dormente e demente, de um universo tão cheio de cores e sons e cheiros e sabores, que ele já nem sente mais...

P.s. : eu nem ia falar sobre isso, e nem me lembro mais sobre o que eu iria falar... mas quando começo a escrever as coisas vão tomando rumos que às vezes eu desconheço...

P.p.s.: uma pena que a borboleta, um bicho tão singular, leve, livre, tenha se tornado símbolo da politicagem dessa cidade(zinha). Tenho mesmo vergonha de fazer parte de uma cidade que elege esse tipo de gente para ser um “governante”!

M.


borboletas_b

quarta-feira, 25 de março de 2009

A Vontade tem vontade própria

olhoEra uma linda manhã, e eu estava atravessando a Ponte Forte-Redinha com meu amigo (o pós-moderno), e aí começou o diálogo:
-Que vontade de mergulhar nesse mar...
-Nem me fale!
-Esse cheirinho de praia...
-Eu tô com vontade é de comer chocolate!
-Que doido isso né?
-O quê?
-A vontade!
-Hum...
-Vem da onde?
-O quê?
-A vontade!!
-Ah... sei lá... Mas tipo, é um negócio que tem vida própria... eu nunca pensei "agora eu quero estar com vontade de tomar uma bela vitamina de beterraba com cenoura e mastruz!"
-É mesmo! A vontade tem vontade própria...

A minha tem...
Mas é bom deixar claro que eu sou dona da minha vontade...

P.s. Que bom que eu fiz as escolhas certas!

M.
;)

domingo, 15 de março de 2009

Big (Blog) Brother

logo-bbb-Fico só pensando nas coisas... espero que ninguém aqui se ofenda com as coisas que escrevo... mas tava pensando esses dias na espetacularização da vida privada (que na Tv parece mesmo uma privada)...
De onde será que surgiu essa coisa de se mostrar para o mundo inteiro? Certamente deve ter um monte de artigos, teses, etc. sobre esse fenômeno...
Tipo, escrever num blog um monte de coisas sobre sua vida pra um monte de gente ficar lendo , que sentido tem isso?
E o orkut? Fotos, status, comunidades... a pessoa dá uma satisfação da porra ao virtual... uma vez até comentei com um amigo:
- Minha vida virtual é mais legal que a real...
Lá no orkut eu falo poesias, coloco as melhores fotos, projeto exatamente o que eu gostaria de ser... mas para quê?
Desde quando a gente parou de viver o real para viver o virtual?
De viver a nossa vida para ver a de outros ilustres desconhecidos por intermédio de uma tela, registrada pelo grande irmão?
Eu sempre escrevi em diário, desde meus 12 anos de idade, aliás tenho todos guardados comigo até hoje... mas o meu diário tinha uma chave, que eu pendurava no pescoço, e além disso eu escrevia em códigos, hoje relendo eu nem sei o que estava dizendo... quanto sigilo!!! Hoje escrevo aqui... sem chaves, sem códigos...
Quando foi que isso tudo mudou?

sábado, 7 de março de 2009

Drogas... (ou “Fé em quê?")

neusa amiga Acho que comentei por aqui de uma gripe, virose ou crise alérgica que andei “pegando” lá em Olinda. Digo os três diagnósticos pois recebi os três (cada um de um médico diferente). E nem precisa enfatizar que cada um dos médicos me receitou drogas totalmente diferentes... A minha última ida ao médico foi engraçada até. Levei uma sacola com todos os remédios que eu estava tomando (todos com prescrição médica) aí ele virou e falou assim:
- Pare com toda essa medicação, ela está agindo contra seu organismo, você precisa expectorar e esses remédios blá, blá, blá...
Na verdade o primeiro médico que eu fui foi tirano, um hospital chiquérrimo, mais parecia um shopping, o cara nem levantou da cadeira para me examinar, nem tocou em mim, nem falou abra a boca e diga AH, nem colocou aquele negócio geladinho e pediu, respire fundo, de novo, de novo... NADA! Aí o tal Doutor me receitou uma injeção e um monte de drogas... Eu não tomei a injeção nem a pau, aí quando cheguei em casa comprei o remédio que ele queria que eu tomasse injetável, tomei a pílula, depois fui olhar a bula (eu sempre leio as bulas, sempre!) e na bula sabe o que dizia??? O remédio era pra reumatismo, lupus, gota... E ainda por cima tinha efeito colateral que inibia certos contraceptivos. Dá pra acreditar?
Lembrei que há algum tempo atrás eu não tomava remédio, fazia parte de uma igreja em que se acredita que as drogas são tóxicas que maculam o corpo e a alma... E hoje, gente, como eu tomo remédio... e o pior é que eles não fazem efeito!
Eu to começando a achar que só faz efeito em quem acredita. Tipo, tem que ter fé. Tem um remédio que eu acredito, se chama Neosaldina, cara eu acredito tanto nesse remédio que é só botar na boca e antes mesmo de engolir eu já sinto a dor de cabeça passar... sem nenhum efeito colateral... deve ser porque eu nunca li a bula da peste. Minha amiga Neusa (apelido da droga)...
A Sil (do blog Silxata que de xata num tem nada) deve entender essa fé que se tem nessas drogas... parece que é uma das saídas pra aliviar as dores não é mesmo?
Então, fé na amoxixilina, porque eu to tomando agora e preciso ficar boa!

;)

M.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Gente...

Pessoas passam por nós o tempo todo... Fiquei impressionada com a quantidade de gente que eu vi no carnaval. Fala sério, nem cabia no meu campo de visão... E aí, vamos pensar que dentre toda aquela multidão algumas por algum motivo se aproximam da gente, e a gente deixa ficar perto, por qualquer outro motivo...
Mas manter essas pessoas do nosso lado já não depende só de nós... O contexto vai mudando as coisas né, o tempo todo, as distâncias vão afastando alguns e aproximando outros... a internet facilita um pouco, mesmo distante a gente consegue ficar perto de quem a gente gosta... ou de quem a gente realmente quer...
Mas com tudo isso, o que eu andei pensando esta manhã foi na dificuldade em se manter relações com gente... Digo assim com gente porque eu nunca tive dificuldade em me relacionar com meus cachorros... (espero que ninguém se ofenda com a comparação, já que meus cachorros parecem não se ofender)... Lidar com gente, ter que agradar, falar coisas com extremo cuidado, e saber quando falar, às vezes nem falar nada... uma coisa que me deixa cansada... Tem gente que é fácil, ou parece ser. Que existem na nossa vida e fazem parte dela, e sabem como ser leves... Porque gente pesada é difícil de carregar... Eu pensei sobre isso esta manhã. Pessoas que fazem parte de nossa vida, pessoas leves, pesadas, que sentimos falta, ou as que não sentimos, aquelas que foram tão importantes pra nós mas que deixaram de ser de tal modo que nem lembramos que existem até alguém falar:
-Lembra de fulano?
-Fulano? Não, não...
-Fulano, mulher, que morava na rua tal, vizinho de Cicrano, estudava com a gente, usava aquele boné de aba quebrada, lembra?
-Hum...
-Você até teve uma quedinha por ele, mas ele namorava a garotinha do 5º A, loira, você chorava e tudo de raiva deles dois, quando passavam por perto, queria se esconder... Não lembra???
-Ah sim... Lembro, que que tem?
-Nada, lembrei dele, achei no orkut.
-E aí?
-Do mesmo jeito.
-Ah tá. Fazer o que ese fim de semana?
-Bora pro Chorinho?
-Chama Beltrano pra ir com a gente né?

***

¬¬

M.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Em cima do medo coragem

olindaOlinda foi um misto de coisas... um turbilhão... Milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo (tudoaomesmotempoagora), tantas vozes... tantas... Sol e chuva, frio e calor.
Na chegada, a casa limpa, vazia, silenciosa... no dia seguinte o frevo na rua, a multidão pulando num mesmo pulso. Colorido.
A casa foi enchendo devagar, foi ficando cada vez melhor, "um bolo de gente" (né Jú?). Rever pessoas, conhecer pessoas...
Aí teve o dia fatídico em que eu adoeci, um pesadelo. Um pagodezinho de quinta categoria (sem comentários)... na noite dos tambores silenciosos que de fato foram silenciados pela chuva e relâmpagos e trovões...
Dia seguinte, último dia... nomes com gestos e cores (branco quase glitter, né Jef?).
O show do Cordel foi mais do que eu poderia esperar... Uma energia que renovou e cravou em mim um sorriso que não cabe mais...
Saudades? Nem sei... Mais pra vontades...
Ano que vem acho que quero um pouco de Jazz... Guaramiranga... quem sabe?

;)

M.

Acorda levanta resolve
Há uma guerra no nosso caminho
Nos confins do infinito
Nas veredas estreitas do universo
Vejo
As cinzas do tempo
O renascimento
As danças do fogo
Purificação transporte
Escuto
O trovão que escapou
(...)
árvore dos Encantados
Vim aqui outra vez pra tua sombra
árvore dos Encantados
Tenho medo mais estou aqui
(...)
Em cima do medo coragem - Recado da Ororubá
(José Paes de Lira)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Hoje acordei tão Yoko...

Eu_yoko
Então continue jogando estes jogos mentais junto
Fazendo o ritual: A Dança ao Sol
Milhões de guerrilhas mentais
Pondo o poder de suas almas à roda Karmica
Continue jogando esses jogos mentais eternamente
Elevando o espírito de paz e amor

Amor...
Eu quero que você faça amor, não faça guerra!
Eu sei que você já ouviu isso antes.


(Lennon)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Na estrada...

Papai no retrovisor

Viajar...
Meu lugar sou eu.
Fiz outra viagem... Voltei em minha cidade, na verdade, voltei em mim.
Sempre que pego a estrada é assim, vou longe pra chegar mais perto.
Uma saudade danada de meus cachorros.
E percebi que estou detestando um pouco menos essa cidade(zinha) hostil que é Natal.
Freud é mesmo foda. Como é que o cara me explica assim?
Explicar uma coisa já é um começo (Valeu aí, cara!)
Mas tentar resolver a bagunça aqui dentro parece que é só comigo mesmo...
E cada estrada que eu pego é uma faxina.
Voltei cansada, e com uma sensação de conforto por estar em casa (o cheirinho dos meus cachorros perto de mim)...
Preciso descansar, sexta-feira tem mais!
Olinda, aí vou eu!
;)

Venho do morro venho da rua
Dos labirintos da terceira guerra
Do mundo novo de são saruê

E o tempo faz estradas
Para se chegar ao fim
Nossa vida é feita assim

Na estrada

Cosmologia livro das horas
Os argonautas a grande viagem noé

Vou por aqui vou por ali
O infinito é tão longe

Estrada de pedra estrada de ferro
Os astronautas a retirada

E o tempo faz estradas
Para se chegar ao fim
Nossa vida é feita assim

Na estrada...

(Lirinha)

M.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Página em branco

carpe_diem_by_rheydoEntender que cada dia é como uma página em branco. Acho que o Carpe Diem passa por aí... Então as letras vão surgindo, se desenhando... e na vida são os corpos que desenham. Que vão passando por nós, existindo.
Estive viajando esses dias, revendo pessoas de minha infância. Foi incrível perceber que ainda encontro pessoas com tanta verdade em existir, tanta sinceridade...
Acordei hoje pensando na página em branco (que é o meu dia), e nas coisas que quero escrever nela (para ler amanhã, quem sabe...). E de todas as coisas que hoje serão escritas por mim, por outros... Há algo que eu já escrevi previamente "seja intensa em tudo que faz" ah... e "ouça um pouco de Gal para adocicar o dia e Smiths para fazê-lo dançar". Está escrito. Mas vou deixar que o meu dia se escreva por si, um pouco... e abraçar as pessoas que eu gosto... Saudade de alguns amigos que o tempo (a vida) levou para longe... às vezes sinto até mesmo saudade de mim... (Como agora).

Às virgens
Para aproveitarem o tempo


Pegue os seus botões de rosa enquanto pode
O tempo está voando
A estas horas
Flores que hoje riem
Amanhã estarão murchando...

(Sociedade dos poetas mortos)

M.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Escolhas...

despedida
Ela olhou quando ele atravessou a porta.
Tinha feito sua escolha. Sabia que qualquer escolha que fizesse pareceria (um dia) que foi a escolha errada.
Lembrou de cada dia que havia existido ao seu lado... (poucos)
Lembrou de como era existir ao seu lado... (parecia mais especial)
Lembrou de cheiros que talvez não tornasse a sentir nunca mais... (mas ainda sente)
Lembrou de como seria difícil esquecer aquele gosto... (e não esqueceu)
Um dia, passado pouco tempo, ele voltou, inseguro (parecia uma criança, e era...)
Ela sentiu-se perdida dentro dos olhos dele... não tinha mais volta (e não teve mesmo)
Às vezes ela acorda (depois de um sonho) e fica impossível não lembrar... (então ela lembra...)

"Nós somos o resultado das nossas escolhas"
(Albert Camus)

M.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Algum dia...

portinariNada como o Firmamento,
Para trazer ao pensamento
a certeza de que estou sólido,
em toda a área que ocupo.
E a imensidão aérea,
É ter o espaço
do firmamento
no pensamento.
E acreditar em voar algum dia...

Chico Science

;)

M.