sábado, 21 de janeiro de 2012

Pela falta do que fazer...

Pela falta do que fazer escrevo para preencher o vazio da tarde.
O mar infinito.
O vento forte.
E essa sensação de não ser.
Um quase sono, quase fome, quase querer, quase nada.
Ser criança (sem ser).
Voar sem saber.
Segunda que mais parece domingo.
Coisas findando.
A tarde, o dia, o azul virando cinza.
A manhã se balançando na rede da varanda, só esperando o sol chegar.
Ciranda de amigos. Melodia.
O verde das folhas, o verde do mar... é tão fácil esperar...
O sol deitando no infinito. A vontade de deitar ao seu lado, de ser grande... ser oceano!
De se espelhar por todo canto. De ir e vir, balançar...
Ser estrela, a primeira.
Amiga da lua.
Ser alma, ser corpo e ser nua.
Ser tudo, ter nada. (Chuva de madrugada).
Palavras transformadas em tempo.
Sorrindo como se fosse um lamento.
Caminhar como quem sonha.
Acordar pra outra página em branco.
Preencher de vazio todos os espaços. Ganhar todos os abraços.
Colher todas as flores do caminho, trocar por carinho.
Sentir todos os sabores, provar todos os amores.
E o que mais puder.
Preencher uma tarde inteira com o pensamento que vier.
Deixar a água escorrer pelo corpo e se misturar com a vontade de se esconder.
Escorrer pelo ralo o medo do frio. Desistir do vazio.
Contemplar a tarde no riso de uma criança ...
Simplesmente cair na dança.
No ritmo perfeito.
Do meu jeito.

Trato feito.

M.