sexta-feira, 29 de maio de 2009

Desfazer-se (ou Em pedaços...)

Incrível essa capacidade de meu corpo desfazer-se e refazer-se de tempos em tempos...
Os pedaços estilhaçados de meu eu se encontram pelas ruas... pelos cantos... canto de boca, meu canto... Meu canto canta canções que me transportam pra cada canto dentro e fora de mim...
A lembrança do gosto de vinho na boca, a garrafa quebrada... o vinho em pedaços, nos cacos da calçada...
Em cada caco uma lembrança, um sorriso, um pranto, um palpitar de mãos geladas e trêmulas...
Os rostos que me olham nas ruas diariamente (dezenas) e que não me vêem... Não vêem mais nada.
Só pedaços, de corpo, de mim, do que mostro.Dali

Quando a gente voa
Distante e só
Tão distante e só
O sol não vem
E a luz que cai
Nunca mais voltou

(Lira)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Fim do Mundo (real)

buracoOutro dia sonhei que estava numa festa, com uns amigos... e de repente o mundo ia se acabar...
Aquela confusão na rua... pessoas correndo... era quase noite. O trânsito um caos... Eu via de longe... um clarão. Era por onde acabava o mundo. As pessoas todas fugiam dele. Era um portal, que dava acesso ao mundo virtual. E o portal vinha avançando... E todos correndo... Aí eu entrava no carro, com uns amigos. Começava a dirigir, bem veloz, fugindo do portal... eu via pelo retrovisor ele avançando atrás de mim... devastando tudo. Quando ele tocava nas coisas elas deixavam de existir no mundo real... aí só existiam no virtual...
(Quando eu era criança, o meu maior medo era o fim do mundo, ficava pensando naquela agonia e sensação de perder tudo, tudo que existe. Eu pensava que o mundo ia se acabar com um buraco se abrindo no chão...)
Ai, quando eu olhava pelo retrovisor, vi ele avançando cada vez mais veloz, atrás de mim... Eu pegava uma rua, os carros vindo na contramão. Adrenalina. Olhei mais uma vez, o portal atrás de mim, à frente os carros na minha direção... foi aí que eu descobri, que os carros em minha direção eram um holograma, que o portal havia se transformado... ele me capturou... eu sentia a sensação de meu corpo todo se desfragmentar... como um choque, pequenos choques, elétrico. Meu corpo se transformando em bytes... Acordei nessa hora.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Chuva de estrelas (ou Tempestade)

EstrelaChove dentro de mim
Uma chuva de estrelas.
Cada estrela, um sol.
Minha pele queima.
Por cada poro escorre uma gota
de sonho....
Tempestade!

M.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nostalgia...

Acordei pura nostalgia...
Cheiro de biscoito e Fanta Uva. Festa de São João...
Ah... esse meu inconsciente!

O que é pior?
As respostas que nunca teremos
ou
As perguntas que nunca faremos?

M.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Entre a loucura e a lucidez...

LoucuraVontade de voar... De dormir e não sonhar... Até que é bom sonhar... mas são tantos... tenho acordado cansada, e nem dá mais pra sonhar quando eu acordo...
Vontade de uma rede...

Coisas que me fazem sorrir:
Um cachorro passando pela rua, rabo balançando, língua de fora...
Uma música que toca e traz a voz de Lira ( e seu riso)...
A risada de minha filha...

(Sono...)

A loucura da correria de quem não sabe voar, de quem não ousa...

O caos da lucidez e a ordem dos insanos...

(Sonho...)

M.

domingo, 3 de maio de 2009

Rizoma-Mangue... Movente...

rizomaUm rosto na multidão...

Uma anônima de carne (que deseja, que dança, que canta, que pulsa...)

Um corpo que sabe voar, que acredita no invisível, que diz o indizível e que busca viver o impossível.

Pinto coisas que nunca vi, uso as cores para desenhar poesias...

Acredito que a verdade é relativa... Acredito que as coisas que acredito agora posso não mais acreditar depois.


Rizoma – Mangue

Flutuante, sempre. Movente...

Aquele cheiro som imagem do teu corpo incendeia
E um rio carregado de saudade vem correr na minha veia
Na veia amor, na veia.
É como a luz da lua que atravessa a parede da cadeia
Clareia mais forte que o sol.

(Lira)