sábado, 10 de dezembro de 2011

Mulher com mais de 30!


Só uma mulher com mais de 30 anos sabe reconhecer o gosto amargo de todas as cores (e dores) que viveu.
Depois de brincar de boneca, e pouco tempo depois ganhar uma de verdade, pensar que está tudo bem... continuar brincando, mas agora pra valer. Só depois da brincadeira é que ela sente o cansaço e o peso das coisas.
Só uma mulher com mais de 30 anos sabe o que é correr quando se quer voar... sabe da angustia das asas quebradas pela vida (pela lida).
E ainda insistindo, se olhar no espelho, em busca de si, e não se reconhecer mais. Perder o riso e a leveza sem sentir. E assim, em plena tarde de uma quinta-feira descobrir...
Só uma mulher com mais de 30 anos sabe chorar uma tarde inteira a insatisfação de uma vida inteira. E o sentir sufocar claustrofóbico de viver em um espaço que não é seu. De olhar em volta e ver apenas simulacro: arremedo de vida.
E só ela pode quebrar tudo. Se sentir só (mesmo não estando). Se sentir perdida (mesmo não estando). Pensar que foi tudo vão, ou que é (mesmo não sendo).
Se a vontade é de queimar tudo  as pequenas coisas sobrevivem. Ainda que pequenas. Algumas merecem... foram essas coisas que fizeram ela acreditar na possibilidade de voar um dia... e então ela voou.
Mas não estava só.
Só uma mulher com mais de 30 anos sabe sentir a força e a alegria de encontrar o amor. Que te pega pela mão. Te acolhe nos braços. Te devolve asas, sonhos, tudo...
Depois dos 30 ela descobriu o riso sincero. A alegria que resiste. Atravessa o caos. E depois de uma tarde de lágrimas e abraço sincero consegue escrever de dentro de um ônibus lotado, engarrafamento, no ir de mais um dia. E escrever com alegria.
A alegria de se reconhecer viva dentro dos olhos dele. Ou de reconhecer a vida com ele dentro dela. Sem mais palavras uma mulher com mais de 30, e só ela, pode sentir com tanta força e verdade a vida.
E essa mulher sou eu. E você, meu amor, é o responsável por fazer de mim a mulher mais feliz do mundo... (Só agora, com mais de 30!)