quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Ela era o caos


A ferida ainda estava aberta... Muitos anos já haviam se passado mas ela ainda estava lá.
Cuidadosamente coberta com um curativo.
Mas ele chegou... Cantando... E quando ela se deu conta a ferida já estava exposta. Mas ele disse: "não tenha medo". Ela sentiu medo mas mesmo assim seguiu. De ferida exposta. Disposta. Com a alma completamente nua. Quando ele veio com a música em sua voz ela recuperou toda a alegria de existir (que havia esquecido). Uma madrugada de poesia. Uma partida anunciada... A ferida agora exposta já incomoda... E sem curativo nenhum ao se debater conta o destino veio a dor. Mais medo. Incerteza. Mas a música ainda tocava. E agora não era só uma. Eram todas. E essa vontade de alegria. Nostalgia. Ela voltou. Ferida ainda aberta. Momentos de desejos contidos e de grandes esperanças.
Um amor atemporal. Assim ela preferiu enteder. Não deve existir nenhum tempo na geografia desse mundo que caiba o amor desses dois jovens descompassados.
Ela era caos. E sabia que só quando pudesse gritar as palavras que se escreviam dentro dela poderia refazer o curativo.
Ele escreveu o que gritava dentro dela.
E está pronta para refazer o curativo.
M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário