terça-feira, 28 de setembro de 2010

Indo...

"Na onda clara, estrada afora
O meu destino é agora
Aonde me levar a minha voz, eu vou..."

(Marisa Monte)

E eu vivendo a urgência de meus dias encantados...

M.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Caio

Quando faltam as palavras, caio.
A sensação da queda sempre volta, sempre caio.
Durante a queda me lanço, braços abertos...

Se minhas palavras não chegam, Caio:

"Somos inocentes em pensar, que sentimentos são coisas passíveis de serem controladas. Eles simplesmente vêm e vão, não batem na porta, não pedem licença. Invadem, machucam, alegram (...) " (Caio F. Abreu)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Poemas rupestres


Por viver muitos anos dentro do mato
Moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro –
Contraiu visão Fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
Por igual
Como os pássaros enxergam.
As coisas todas inonimadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal.
As palavras eram livres de gramática e
Podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
E, se quisesse caber em uma abelha, era
só abrir a palavra abelha e entrar dentro
dela.
Como se fosse a infância da língua.

(Manoel de Barros)