segunda-feira, 21 de novembro de 2011

De olhos fechados



Tic-tac
O tempo
Como o vento
Passando por mim
Parece que ri
Como uma criança
O vento, o tempo...
Cavalgando...
Uma criança correndo...
É o tempo
Um sorriso perdido
No vento,
É o tempo.
Batalha presente
Passado
Futuro
Escuro.
Clareando esse lamento,
É o tempo.
Com pressa
E o vento feroz
Constante, infinito, finito.
Destruindo os sonhos
Mãos vazias
Caminhos perdidos
Percorridos
Tempos idos
Desejos partidos
Indefinidos...
Velozes
Numa corrida louca
Contra o tempo.
Agarre entre os dentes
O último suspiro demente
Do sonho que insiste
Persiste:
Amar.
Mergulhar.
Contemplar o mar...
Ah mar...
Que vence o tempo
Supera tudo
Mudo
O mar se cala
O tempo não para...

M.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Para você, meu amor...

Soneto do Amor Total

Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desalento...

Eu não gosto mais de mim.
Descobri isso em plena manhã
e numa manhã tão bonita...
Da manhã eu gosto. Dessa manhã...
Mas de mim não.
Nem de meu riso.
Talvez do cheiro...
Da pele, talvez...
De um outro em mim, sim.
Mas de mim...


M.