segunda-feira, 29 de junho de 2009

Frio e Fogo...

São João... Fogueira nas ruas, olhos ardendo de fumaça, coração transbordando... Cheiro de milho assado, de pipoca... Barulho de fogos, ritmo movente...

Nunca senti tanto frio assim... Parecia que o frio era uma lâmina que rasgava a roupa da gente e perfurava a nossa pele congelando até o osso.

Bom mesmo é aquecer no pé da fogueira...

Fogueira

Um versinho que nasceu entre o frio e o fogo...

Querer a tranqüilidade de teu mar revolto...
A calmaria de dois segundos que cabe entre uma onda e outra...
Querer a tempestade de teu beijo...
...Que cai como uma brisa suave... entre relâmpagos e trovões.
Querer perder-me no labirinto de seu olhar, e lá, quem sabe, me encontrar...
Ou encontrar melodia entre os dedos de tuas mãos...
No ritmo de teus passos... no silêncio de teus abraços...

M.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ela = Eu

dançandoComo fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos Bandolins...

E como não?
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim...

Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim
Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins...

Como fosse um lar
Seu corpo a valsa triste
Iluminava e a noite
Caminhava assim
E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam a fada
Do meu botequim...

Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim
Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos Bandolins...

(Oswaldo Montenegro)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Retrovisor...

retrovisorQuando estava aprendendo a dirigir o que achei mais difícil foi ver a vida andando para trás...
Eu pensei que nunca ia conseguir me orientar olhando as coisas que estavam vindo atrás de mim ou ainda olhando as que já tinham passado...
Olhar pelo espelho num sentido inverso... eu me atrapalhava toda... nem olhava...
Não sei como não saia batendo por aí, acho que tinha sorte de que os outros já tinham a prática.
Hoje, consigo entender a lógica do retrovisor... ver por todos os lados... espelhos espalhados espelhando vários sentidos de uma mesma estrada...

(Parece que a gente acaba se acostumando com tudo... Quem sabe um dia eu me acostume a voar e saia por aí olhando tudo do alto...)

A saudade rasga a gente por dentro... Reflete em todos os espelhos, pedaços rasgados de carne sufocada...

M.

sábado, 13 de junho de 2009

Passado...

Se eu ainda sinto doer é porque não passou...saudade

Metade de mim é saudade...
... a outra metade é melodia...
Eu vou casar com a saudade
Numa madrugada fria
Na saúde e na doença
Na tristeza e na alegria

(Lira)

sábado, 6 de junho de 2009

D E S A P R E N D A ! (Estamos condicionados)

gaiolaEstou farta de tanto condicionamento, tanto ar-condicionado!!! Me deixem sentir o calor do sol e o suor escorrendo pela minha pele...
Quero desaprender os automatismos ensinados pelas escolas... quero desaprender a matemática lógica, o impossível grita para além do racional.
Desaprender a andar, quero voar... Não aprender nada mais, só experimentar!
Quero desaprender a usar os verbos, fazer novas palavras com letras que não conheço... Não acredito que tudo está mapeado. Caminhos estriados, quero outros... O espaço liso, oceano... mar... navegar...
Não mais "a prender" nada...
Passos indo nas direções contrárias, em caminhos ainda não percorridos...
Quero o calor e o suor, quero a chuva e trovões...
Chega do enclausuramento constante que sofremos por nós mesmos... em nós... (Desatem os nós)

Tela em branco, pincéis e tintas espalhadas pelo chão... pintar com todo o corpo, não apenas com a mão...
Desaprendendo a viver... vivendo!

Soltem as borboletas, abram as gaiolas, tirem as coleiras dos cachorros... Já que não sabemos ser livres, que possamos devolver a liberdade de quem sabe.
borboletas